quinta-feira, 31 de outubro de 2024

WOLVERINE #21 (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 269/2024

Venho comentando que Benjamin Percy está conduzindo uma fase bastante consistente – nas tramas e na caracterização do protagonista - do mutante canadense, e aqui ele pede ajuda ao Capitão América para juntos impedirem que a Orchis se apodere dos espólios de Krakoa. Só que a organização não é a única interessada, levando a dupla a um navio misterioso.  História bastante divertida, que com certeza agradará ao fã do Logan das antigas. Ah, e continuo achando que o desenhista Juan José Ryp está acima da média e merece uma atenção maior.

Pela chamada de capa, achei que este seria o último capítulo da X-Force, mas pelo jeito era só falta de um texto melhor. Aparentemente, a trama envolvendo Mikhail Rasputin chegou ao final, mas falta saber o que será de Colossus agora livre da influência maligna de seu irmão, e que tipo de ajuda o Doutor Estranho vai prestar às desesperadas Sábia e Dominó.

Já Reino De X segue dolorosa de acompanhar, e a arte extremamente estilizada (e até infantilizada) não ajuda a melhorar a impressão. Espero que termine logo. Enquanto isso, Cable e Bishop jogam os Sentinelas da Orchis para cima dos Filhos da Câmara. Apesar de alguns momentos de blablabla desnecessário, a interação entre os dois soldados e antigos adversários é bastante interessante, lembrando aquelas duplas de policiais do cinema.

A SAGA DO FLASH #9 (Panini, Agosto/2024)



LEITURA 268/2024

Ápice de toda a fase de Mark Waid à frente do Flash, o arco Velocidade Terminar chega ao fim nesta edição, e, para mim, a releitura não caiu tão bem. Não sei se foi a arte irregular – Mike Wieringo ficou só nas capas, e nas histórias somente as poucas páginas de Carlos Pacheco chamam a atenção, já que a maioria é de um Salvador Larroca ainda iniciante e emulando vários outros desenhistas, de maneira quase amadora.

A própria resolução do impasse vivido por Wally West em toda a construção do arco – se sacrificar atingindo níveis de poder quase imponderáveis – é um enorme “porque sim” que gera descrença até pelos demais personagens. No entanto, a origem de Max Mercúrio, e toda evolução do Impulso, são bem colocadas e acabaram contribuindo para a mitologia do universo do personagem.

A chegada do desenhista Oscar Jimenez no epílogo foi muito bem-vinda, e as interações ali acabam fazendo mais sentido do que toda a trama de ação mostrada.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

HOMEM-ARANHA #21 (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 267/2024

Imaginem vocês que, em pleno 2024, com todas as facilidades que a tecnologia digital nos oferece (diferente de tempos passados em que se produziam as edições manualmente, com três meses de antecedência, e a revista tinha dia certo para chegar aos pontos de venda – e chegava!), a editora responsável pela publicação do título Homem-Aranha (uma das marcas mais populares do planeta), não consegue lançá-la com regularidade mensal. Pior: não dá qualquer tipo de satisfação ao seu público. E AINDA PIOR, segue atrasando, como se nada estivesse acontecendo. É o que temos aqui. A edição de julho, cujo editorial indica agosto, que chegou às bancas em setembro. E quer mais? Já está acabando outubro e nem a de setembro saiu. Patético, não?

Incompetência editorial à parte, as histórias também não empolgam muito. O embate entre o Aranha, Doutor Octopus e Norman Osborn é divertido em alguns momentos, mas a piada se repete tantas vezes que cansa. A arte sim, essa é irretocável.

Em seguida, consequências ainda do evento Teia Sombria, com o Aranha atrapalhando Halloweva na tentativa de resgatar Ben Reily de seu castigo nas mãos da Rainha dos Duendes. Também envolvendo temas mutantes, Anna Watson, a tia de Mary Jane, se torna uma ameaça a todos em sua volta.

E termina aqui a mais recente fase de Dan Slott no Aracnídeo – uma pena, pois vinha mantendo bom nível – numa história recapitulando a esquecida carreira do Garoto-Aranha, que terá agora histórias próprias. A edição conta ainda com aquelas histórias curtas que ninguém pediu, estreladas pelas variantes do Aranha, no caso o Tecelão.

SPAWN #8 (Abril Jovem, Outubro/1996)

 


LEITURA 266/2024

E chegou o momento em que Todd McFarlane contratou os melhores autores de quadrinhos daquele momento para criar histórias fechadas para o Soldado do Inferno. O primeiro é Alan Moore, que foca sua narrativa na chegada do assassino de crianças Billy Kincaid no Inferno, e toda sua jornada de terror – mesmo - por lá. A alta qualidade do texto fez com que McFarlane caprichasse do seu lado também, trazendo alguns dos painéis mais criativos e assustadores de sua carreira.

De quebra, revelações sobre a origem do Spawn e seu uniforme, além de finalmente revelar o nome do capeta responsável: Malebólgia. 

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

LANTERNA VERDE #7 (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 265/2024

Chegou o momento de respostas, e a edição traz finalmente o que houve para que a Terra entrasse em quarentena por determinação dos Planetas Unidos, e ainda qual foi a grande tragédia de Korugar que levou Sinestro novamente à beira da insanidade. Uma desacelerada necessária em relação à ação constantes das edições anteriores, mas ideal para contextualizar e dar força às motivações dos protagonistas.

Já a saída para a infecção de John Stewart pelos Mortos Radiantes não achei lá muito criativa (na verdade, acaba sendo um bastante óbvio “retorno ao básico”) e me parecia que seria um drama a ser tratado ao longo da série. De qualquer forma, deve abrir as portas logo para o enfrentamento direto com a Rainha Renascida.

X-MEN: INFERNO #4 (Panini, Agosto/2018)


 

LEITURA 264/2024

Neste quarto volume da coleção, finalmente temos o início do evento Inferno, mas não sem antes duas (ou três) histórias sem muita relação com a história principal, mas que foram publicadas naquela época, e dentro do contexto mutante. A primeira é basicamente um preview narrado por Wolverine sobre os títulos e personagens da linha; depois uma curta de Tempestade com Mística, que nem faz parte daquele momento cronológico (saiu inclusive na Saga dos X-MEN), mas foi publicada naquele ano na antologia Marvel Fanfare. Em seguida, uma aventura inédita no Brasil do Quarteto Futuro ao lado dos Novos Mutantes (deveria ter saído na edição anterior) no resgate de uma jovem mutante, que é parte do plano demoníaco do evento, mas bem de leve.

O bicho começa a pegar o mesmo na aventura do X-Factor, onde objetos inanimados da cidade de Nova Iorque começam a ganhar vida própria, enquanto a equipe enfrenta a Aliança do Mal. Dali é a vez do Arcanjo finalmente partir para cima da Direita e de seu líder Cameron Hodge buscando vingança da traição de seu antigo amigo e pelo assassinato de sua namorada Candy. Ao mesmo tempo, e bastante relevante para o evento, estreia a minissérie dos Exterminadores, que nada mais são que os jovens protegidos do X-Factor, já enfrentando diretamente os planos do demônio Nastirh, que envolve o sequestro de crianças, entre elas Artie e Sanguessuga. Destaco aqui a arte competente de Jon Bogdanove, num estilo ainda bem cartunesco, que combina demais com os adolescentes.

Chegou o momento dos X-Men entrarem na trama, partindo dos planos do Senhor Sinistro, passando pelo momento da descoberta que Jean Grey está viva (imaginem, durante quase três anos os personagens não se interligaram), até o novo relacionamento inesperado de Destrutor e Madelyne Pryor, que finalmente se revela como principal responsável pelo plano demoníaco do evento. Enquanto seus colegas de equipe vão a Nova Iorque para uma revanche com os Carrascos – uma armadilha – Madelyne,  agora a Rainha dos Duendes,  castiga os pais de Jean Grey e é levada ao encontro de Sinistro.  

Muita coisa acontecendo, não? E tem mais!  Recuperado do ataque de Moléstia, o Fera, ao lado do Homem de Gelo, protagonizam os primeiros embates com a invasão de demônios, enquanto Ciclope e a Garota Marvel voltam ao orfanato onde ele viveu para procurar seu filho Nathan, onde acabam encontrando a bizarra Babá e o Fazedor de Órfãos. Um volume onde a ação não pára um minuto e os acontecimentos se sucedem sem interrupção.

De se lamentar, e eu sei que é um tanto inútil criticar uma edição lançada há seis anos, a preguiça na estrutura do encadernado, repetindo diversas vezes a mesma imagem para separar as histórias, quando seria muito mais simples e correto usar as capas originais das edições. Falando em capas, que só aparecem no final do volume, uma delas não corresponde ao material publicado. Uma pena.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

SPAWN #7 (Abril Jovem, Setembro/1996)

 


LEITURA 263/2024

Spawn se arma da cabeça aos pés – no melhor estilo Arnold Schwarzenegger – para uma revanche com Chacina, mas antes volta aos becos para chorar as magoas e sua aparência, ao mesmo tempo em que têm novos flashbacks sobre seu passado (e sua morte).

Não há uma narrativa consistente aqui, as cenas são cortadas e mudam sem nenhum gancho, o que é compensado pelas saídas gráficas criativas, especialmente nas cenas de luta.

Essa edição (não sei se foi reproduzido no encadernado recente) conta ainda com um mini pôster detalhado do “Spawn Móvel 1”, seja lá qual tenha sido o propósito disso.

MONSTRO DO PÂNTANO: INFERNO VERDE (Panini, Setembro/2023)

 


LEITURA 262/2024

Monstro do Pântano, Jeff Lemire, DC Black Label, Doug Mahnke. Não tinha como dar errado, né?

E não deu. Nem dá para dizer que a ótima qualidade desta edição é uma surpresa, diante dos nomes envolvidos, mas a leitura é, de fato, muito agradável, cheia de participações especiais, e uma conclusão bastante satisfatória.

Num futuro não muito distante, os parlamentos elementais decidem que o prazo da humanidade se encerrou, e escolhem um novo avatar para limpar o planeta. Para deter um avatar, só mesmo convocando outro avatar, um que já tinha encontrado seu descanso ao lado da esposa e da filha: Alec Holland, o Monstro do Pântano. Mas ele irá precisar da ajuda, e alguns elementos clássicos da linha Vertigo são revisitados, dentro do contexto apocalíptico da trama. 

Lemire não complica sua narrativa com temas filosóficos ou de ficção cientifica. Sua base é o homem comum tentando sobreviver num mundo extremamente hostil. É o herói relutante que vê sua paz duramente conquistada se encerrar por conta de uma ameaça que não o afetaria. É o velho bruxo irreverente que negocia a alma (de novo) para garantir uma saída de cena honrosa. Temas bastante simples, que somados à uma arte competente e vistosa, garantem mais uma bela edição dessa linha.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

A SAGA DO HOMEM-ARANHA #17 (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 261/2024

Como comentei nas análises das edições anteriores, o título Marvel Team-Up ganhou muito com a chegada do autor J. M. DeMatteis, e a aventura que abre este gibi é mais uma prova dessa afirmação. Ela encerra a “trilogia mutante” na série, depois dos episódios com Wolverine e o Professor Xavier (e era inédita aqui até agora), focando na parceria do Aranha com o Fera para enfrentar o Professor Poder, mas o destaque fica para a interação do mutante com seus pais e a rejeição que sofre da própria mãe, tema que estava começando a ser melhor explorado nas revistas da linha X-Men.

Voltando às edições aracnídeas, um tapa-buraco (que fica evidente com a arte fraquinha do Bob Hall) com o infame Metalóide e, em seguida, o momento aguardado com o surgimento do Duende Macabro – que motivou inclusive a participação do histórico John Romita nos desenhos, ao lado do filho – ameaça que se tornaria recorrente nos meses (e anos) seguintes. E aí cabe uma reflexão interessante: quando o Macabro surge, fazia 10 anos que Norman Osborn, o Duende Verde original – tinha morrido, e 5 que o Aranha enfrentou a última versão do vilão (Bart Hamilton, psiquiatra de Harry Osborn). Chega a ser inimaginável que, atualmente, um vilão relevante fique tanto tempo sem dar as caras, o que dá ainda mais peso para essa estreia, e aina sem revelar sua identidade (que só aconteceria anos depois).

Fecham o volume duas histórias do título Peter Parker, com o duelo “final” com o Doutor Octopus, que pretende se vingar por meio da convalescente Gata Negra. Há todo um drama com o protagonista se despedindo de seus entes queridos, mas sem muito peso nessa releitura.

SPAWN #6 (Abril Jovem, Agosto/1996)

 


LEITURA 260/2024

Entra em cena mais um vilão, o ciborgue Chacina, contratado pelos chefões mafiosos para dar cabo de Spawn (e de seus amigos moradores de rua). É a deixa para mais uma sessão de pancadaria violenta – e divertida – com o protagonista apelando para outros meios para não esgotar seu cronometro de poder, o que significará mais uma vez sua morte.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

CONAN O BÁRBARO #4 (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 259/2024

Mais uma vez a o mês da edição descrito na capa (Julho) não bate com o do editorial interno (Agosto), mas deve ter uma explicação muito boa para isso.

Panini à parte, mais uma boa edição da nova fase do Cimério pela Titan Comics, com contornos dramáticos um tanto incomuns na longa trajetória do personagem. Mais melancólico que nunca, Conan está vendo seus aliados – inclusive sua amante Chaundra – caírem irreversivelmente dominados por um poder misterioso, conduzindo uma carnificina.

E a revelação do responsável não é a maior surpresa, mas sim o destino de Conan e o sacrifício que terá de fazer. Pena que a próxima edição ainda deve demorar...

BATMAN #19 (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 258/2024

A Guerra de Gotham continua, dando foco a Jason Todd, primeiro que se bandeou para o lado da Mulher-Gato, mas com planos próprios. É Jason também a primeira “vítima” de um aparentemente descontrolado Bruce Wayne, que entra em confronto com nada menos que dois de seus Robins, e de maneira bastante dramática. Acho que já mencionei aqui que esse é o mais próximo que temos de uma versão da Guerra Civil da Marvel no universo do Morcego, mas com o componente emocional mais presente, já que Batman, de fato, tinha construído uma família.

Porém...a trama perde um pouco desse peso emocional quando um antigo vilão pretende usar a confusão a seu favor, incluído ai uma caça por itens de poder. Achei bem desnecessário. Vamos ver o quanto isso vai interferir numa ideia promissora na conclusão do arco mês que vem.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

SPAWN #5 (Abril Jovem, Julho/1996)

 


LEITURA 257/2024

E não é que aqui temos uma história? Um perigoso criminoso é libertado graças à chicanas jurídicas e volta a praticar ataques contra crianças. Sam e Twitch estão de olho no meliante, mas quem resolve de vez a parada é o Soldado do Inferno, tanto pelo sentimento de culpa passada, como pela possibilidade da filha de sua ex-esposa se tornar o próximo alvo.

Um final chocante para a época, mas ainda impactante para os dias de hoje.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

AVANTE, VINGADORES! #6 (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 256/2024

Taí, gostei bastante da estreia da nova versão da equipe Unidade dos Vingadores, onde Steve Rogers reúne uma equipe mesclada com mutantes para proteger os sobreviventes e partir para cima da Orchis e do misterioso Capitão Krakoa. Não é de estranhar que Rogers, acostumado a chutar fascistas desde a década de 30, tenha se unido com o lado perseguido da história, mesmo contra os “seus”. Curioso também lembrar como o Capitão Krakoa acaba sendo um remake de Eric Escarlate, ou seja, uma identidade criada por Scott Summers que acaba ganhando “vida própria” como vilão. A arte de Javier Garrón garante ótimas cenas de ação.

Termina nesta edição o primeiro arco de J.M. Straczynski no Capitão América, que também me agradou demais. Considero ainda a melhor coisa feita com o Capitão desde a saída de Mark Waid (em sua terceira passagem). Mesmo com o elemento sobrenatural – a entidade demoníaca que está por trás dos eventos tanto de 1939 como de 2024 – a história reforça as melhores características de Steve Rogers, e ainda oferece um novo ingrediente sobre sua origem.

No Pantera Negra, um bem-vindo intervalo na trama atual, voltando um século no tempo para mostrar como o Pantera de então está relacionado à origem da entidade justiceira que vem liquidando bandidos nos tempos atuais.

domingo, 20 de outubro de 2024

STAR WARS: O IMPÉRIO #1 (Panini, Dezembro/2023)


 

LEITURA 255/2024

Finalmente essa coleção deu as caras aqui pela capital de São Paulo – ou ao menos nas bancas que frequento – trazendo histórias ainda dos tempos da Dark Horse, ou seja, fora do cânone oficial (o que ganhou o nome de Star Wars Legends), o que abre as portas para algumas saídas interessante e possibilidades de surpresa.

As histórias se passam imediatamente após o Episódio III, e mostram o Império Galático de Palpatine se estabelecendo, caçando possíveis traidores internos e Jedi sobreviventes da Ordem 66. A única aventura inédita é a primeira, que mostra a fuga de um oficial simpatizante à Republica de Coruscant, e conta com arte do brasileiro Luke Ross.

As demais já tinham aparecido por aqui, nas coleções da Online e/ou da Planeta DeAgostini, e são de boa qualidade, graças ao trabalho competente do roteirista veterano John Ostrander e dos artistas Doug Wheatley e Chris Scalf.

sábado, 19 de outubro de 2024

SPAWN #4 (Abril Jovem, Junho/1996)

 


LEITURA 254/2024

Spawn e o Violador se enfrentam num quebra-pau divertido e escatológico, até serem interrompidos por seu criador, que de graça explica seus motivos para ressuscitar Al Simmons como o Soldado do Inferno, e também o tal cronometro e suas consequências.

Dali, os dois seguem suas novas vidas (com o Violador preso na forma do Palhaço como castigo), com direito a uma cameo do Savage Dragon – outra série que eu talvez me deva também uma releitura – e um final melancólico.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

BATMAN/SUPERMAN: OS MELHORES DO MUNDO #21 (Panini, Agosto/2024)



LEITURA 253/2024

Termina aqui o arco em que Mark Waid revisita o mundo que criou para o clássico O Reino do Amanhã. Mas pode uma sequência (ou prelúdio) conduzida pelo mesmo autor ter cara de fanfic? Pior que pode. Tratando os protagonistas como clichês, os vilões com motivações rasas e todos os demais personagens como meras peças de cenário. O único ali bem escrito foi o Magog – ou David, ou Homem-Trovão – verdadeiro dono do arco, e que ganhou até mais “peso” com esse pseudo retcon.

No mais, a história atrapalha – não vou chegar ao ponto de dizer que estraga, mas tava no rumo – tanto a obra original, como o trabalho decente que Geoff Johns fez com o tema em sua segunda passagem pela Sociedade da Justiça. Acho que a criatividade de Mark Waid expirou.

X-MEN #73 (Panini, Agosto/2024)



LEITURA 252/2024

Por mais empolgante e criativa que a fase Krakoa tenha sido em boa parte destes últimos anos, no final das contas os picaretas e traidores são aqueles mesmos que a gente imaginava desde o início e se surpreendido com a inocência de Charles Xavier e seus pares ao aceita-los em seu paraíso mutante. Então lá estão Sebastian Shaw e Selene tentando tomar posse dos espólios de Krakoa, tendo que passar por seu último guardião - justamente Xavier - para atingirem seus objetivos. Longe de lá, o êxodo mutante comandado por Exodus, Esperança e Sina encontra velhos conhecidos, nem todos dispostos a ajudar ou com boas intenções.

Uma das partes o que mais me agradou nesta fase, e especialmente nesta reta final, é a interação dos mutantes com personagens um tanto incomuns em sua história, como o próprio Tony Stark e Wilson Fisk, que se revela um aliado importante para o momento. Já o anunciado confronto entre Lince Negra - mais perigosa do que nunca - e a traidora de mentira Flama, me decepcionou um pouco, rápido e conveniente demais.

Em Marte, também conhecido como Arakko, Tempestade segue às voltas com a rebelião de Gênesis, mas confesso que não tenho a menor simpatia por esses personagens novos, e embora a conclusão deste cenário seja parte relevante e necessária para toda a trama construída, não me anima nada acompanhar. Já o time Dark de Madelyne Pryior me agrada um pouco mais, mesmo já tendo apelado para a versão maligna alternativa, a dinâmica da equipe e algumas participações surpresa garantiram minha atenção.

Encerra a edição mais um capítulo de Imortal X-Men, onde Esperança finalmente descobre onde estão e Xavier, após vencer Shaw em seu próprio jogo, tem uma revelação surpreendente.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

VINGADORES #9 (Panini, Agosto/2024)



LEITURA 251/2024

Apesar da capa fazer parzinho com a edição deste mês de X-Men (única razão desta resenha estar aparecendo antes é justamente para elas ficarem ligadas no feed do Instagram), o conteúdo tem muito pouco a ver um com o outro, exceção feita, claro, à aventura do Homem de Ferro, que ocorre simultaneamente aos eventos da edição dos mutantes.

E é pela história de Tony Stark que vou começar a resenha, não por ser apenas a melhor do mix, mas por ser relevante tanto na trama que envolve a tomada dos recursos da Stark por Fei Long, como nas desventuras de James Rhodes na prisão - e o improvável aliado dessa situação - como na ligação importante com a Queda de X. A imagem da capa é um bait muito do safado, mas a sacada do casamento é bem bolada e importante para a solução dos imbróglios. Trabalho consistente - e com um editorial muito bem amarrado - de Gerry Duggan e Juan Frigeri.

Honestamente não entendi ainda a proposta de Imortal Thor, embora muito bem desenhada por Martin Cóccolo. Acredito sim que Al Ewing tenha um plano com essa Utgard, o que provavelmente me levará a reler esse arco após o seu final, mas por enquanto vai de qualquer jeito. Para finalizar, e sem nenhuma novidade se você leu as resenhas anteriores desse gibi, o modorrento, formulaico, engessado e nada empolgante arco dos Vingadores. Parece que acaba mês que vem, e espero que alguma coisa de fato aconteça neste final.


SPAWN #3 (Abril Jovem, Maio/1996)

 


LEITURA 250/2024

Aqui a história caminhou um pouco, embora a passos curtos. Depois do rápido encontro com o Palhaço (Violador) na edição passada, finalmente reencontra sua esposa Wanda, só para descobrir que ela está casada com seu amigo Terry e tem uma filha. É o suficiente para ele se conformar que foi feito de otário pelo demônio (ainda sem nome revelado) e logo reencontrar o Violador em sua verdadeira forma, que logo lhe desfere um ataque fatal (ou deveria ser).

A leitura é rápida e agradável, e o roteiro raso não incomoda, principalmente pela arte quase sempre surpreendente.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

SUPERMAN #12 (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 249/2024

Partindo da belíssima capa da edição, que representa a curta – mas que cumpre o papel “surpresa” de esclarecer a origem de Marilyn Luar – passagem do Superman pelo Velho Oeste, até o clímax da aliança com Lex Luthor para enfrentar a perigosa Brigada da Vingança, três história que fecham o primeiro ano do bom trabalho de Joshua Williamson com o herói.

Uma dinâmica diferente, que resgatou personagens que andavam meio esquecidos – como a filha de Lex, Lena – e trouxe vários novos, além de sempre trazer bons momentos de ação e ganchos dramáticos. Acompanhado, na maior parte do tempo, pelo ótimo desenhista Jamal Campbell, que fez muito falta justamente no momento crucial da narrativa, já que o estilo de David Baldeón não dá ao protagonista sua grandiosidade e imponência, na minha modesta opinião.

De qualquer maneira, uma fase divertida e convidativa para novos – e velhos - leitores.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

INDIANA JONES AND THE ARMS OF GOLD (Dark Horse, Fevereiro a Maio/1994)



LEITURAS 245, 246, 247 E 248/2024

Minissérie em quatro partes, já com trinta anos de publicação, que peguei completa a bom preço no último Gibi SP Festival. E aparentemente foi pensada como uma narrativa só, já que quase não há ganchos entre uma edição e outra. Aqui Indiana está às voltas com uma lenda inca, onde os braços de ouro de uma estátua têm poderes para reestruturar o mundo. Envolvido na confusão por uma professora peruana que busca pelo irmão desaparecido (em busca dos tais braços), a trama passa por Buenos Aires e Lima, até chegar ao clímax nos Andes.

Nada muito notável na narrativa e na arte, mas com uma boa caracterização do protagonista, embora um tanto tímida, e uma interessante pesquisa histórica. Só valeu mesmo porque paguei barato e é leitura de vinte minutos.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

SPAWN #2 (Abril Jovem, Abril/1996)


 

LEITURA 244/2024

A trama aqui ainda caminha devagar, e destaque fica por conta do surgimento do bizarro Violador, tanto em sua forma eloquente de palhaço, como na revelação de sua forma demoníaca, que vinha fazendo estragos pela cidade.

Enquanto isso o protagonista segue divagando e tendo flashes de suas memórias – agora além da esposa, também de um antigo aliado. “Flash” também é a participação dos detetives Sam e Twitch, que são momentos divertidos, porém curtinhos e sem muito desenvolvimento.

domingo, 13 de outubro de 2024

A SAGA DO WOLVERINE #2 (Panini, Julho/2024)

 


LEITURA 243/2024

Essa edição traz, talvez, a sequência de histórias mais divertida de toda a carreira solo do Wolverine, com ação praticamente ininterrupta, saindo de um problema para outro sem pausa para descanso e planejamento, e com várias participações especiais.

Voltando da Guerra Civil Espanhola, passando por diversos momentos de sua história enquanto luta contra a Lady Letal; depois caindo na armadilha de Donald Pierce, que construiu um androide sósia para atrai-lo (Albert) e uma androide criança (Elsie Dee) para literalmente explodi-lo. Mas Elsie se afeiçoa à Logan, lutando contra sua programação destrutiva, o que os leva aos esgotos de Nova Iorque, onde encontram Dentes de Sabre e Cable. O trabalho de Marc Silvestri está no auge, com ótima narrativa, estilização e até momentos de humor.

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

WALLER VS. WILDSTORM (Panini, Agosto/2024)



LEITURA 242/2024

A caprichada edição encadernada da minissérie, publicada originalmente em quatro partes nos EUA, pelo selo Black Label - ou seja, pode ou não fazer parte da cronologia oficial – é basicamente a narrativa de como a maquiavélica Amanda Waller subiu meteoricamente na hierarquia de segurança dos Estados Unidos, se tornando peça-chave e espinhosa na vida de muita gente.

A trama de Spencer Ackerman - repórter premiado da área política - trata de conspirações políticas internacionais e alianças escusas, acompanhadas a distância pela jovem Lois Lane, envolvida por Jackson King, também conhecido como Batalhão do grupo Stormwatch. Se os momentos de ação são escassos, em contrapartida os diálogos e reviravoltas garantem a tensão (e a atenção) do leitor.

Porém, a arte do veterano Jesús Merino me pareceu inadequada ao tom da história, que pedia uma atmosfera mais sombria (ou suja) como as ótimas capas de Jorge Fornés. Entendo que muito do impacto da trama obscura e violenta se perdeu nesse ponto. Mas, no geral, deve agradar aos órfãos das boas fases do Xeque-Mate e do Esquadrão Suicida do final dos anos 80.

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

SPAWN #1 (Abril Jovem, Março/1996)

 


LEITURA 241/2024

Vinte e oito anos depois de sua estreia pela Editora Abril, Spawn ganha uma nova chance aqui em casa. Na época acompanhei só o primeiro ano de publicação, que não me disse muita coisa. Porém, o anúncio de relançamento da fase inicial encadernada me chamou a atenção para revisitar o material, e não seria a primeira vez que mudo de opinião após uma releitura. Como neste mês saiu o terceiro encadernado, com histórias imediatamente após aquele primeiro ano - e incluo aí a edição até então inédita no Brasil produzida por Dave Sim, que adquiri importada - chegou o momento de iniciar essa releitura.

Esta primeira edição apresenta o personagem basicamente através de monólogos e memórias, sem muito cuidado narrativo, mas amparada pela arte - afinal estamos falando da Image - marcante do quadrinhista Todd McFarlane. McFarlane referencia Frank Miller e suas telinhas de TV mostrando a repercussão na mídia, em diversas nuances, de alguns dos acontecimentos, uma saída bem inteligente considerando as limitações de espaço. A edição da Abril, que na época não era nada barata, é bem cuidada e conta com entrevista do autor, mini pôster central e um pin-up de George Pérez.

VENOM #11 (Panini, Maio/2024)


 

LEITURA 240/2024

Eu gostaria muito de só comentar as histórias que li aqui neste espaço, mas infelizmente, no caso desta edição, não será possível. Segundo a capa, essa é a edição de MAIO do título do Venom. Segundo o editorial interno, a revista é de ABRIL. De fato, a edição chegou às bancas no mês de SETEMBRO. É de se imaginar que, após tanto atraso, a revista teria recebido um cuidado maior na edição, mas o que se vê são mais erros de digitação e de referências – sabe mencionar edição errada, lançada pela própria Panini? Então... - que poderiam ser evitados com a mera leitura da história. É inexplicável que, após vinte e dois anos, a Panini ainda incorra em erros então amadores.

Colocado isso, voltemos ao gibi. Dylan Brock, o novo Venom, está mais próximo do que nunca do jovem Normie Osborn (não li o título do Duende Vermelho), e um confronto com o seu avô, o velho Norman, acabou sendo inevitável, mesmo com o ex-vilão tentando compensar seu passado criminoso.

A moda Multiverso chegou também a essa revista e vemos versões alternativas do protagonista sendo recrutados para enfrentaram uma ameaça comum. Eu gostaria mesmo de ser surpreendido por mais essa ideia “inovadora”.

Duas novas séries protagonizadas por mulheres estreiam aqui: Liz Allen, ex-nora de Norman Osborn, é dona da Alchemax, e seus laboratórios estão conduzindo experimentos envolvendo simbiontes. Durante um ataque, acaba encontrando um simbionte para chamar de seu, tornando-se Miséria. A trama tem um desenvolvimento interessante, bem roteirizada por Sabir Pirzada (de quem nunca tinha ouvido falar). A outra estreia é da série da Halloweva, ex-namorada de Ben Reilly, que ganhou máscaras mágicas durante o evento Teia Sombria. Historinha simples e rápida, com poderes de videogame e boa arte de Michael Dowling.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

A SAGA DA MULHER-MARAVILHA #3 (Panini, Julho/2024)

 


LEITURA 239/2024

Este volume da saga da Mulher-Maravilha é totalmente inédito para mim, e por causa disso talvez tenha sido o que mais me agradou. A começar pela história solo de Cassie Sandsmark, a nova Moça-Maravilha, com um easter egg interessante em seu final. Depois, mais uma história basicamente solo de outra velha coadjuvante da heroína, no caso a jovem Vanessa Kapatelis, lá do início do trabalho de George Pérez. John Byrne mostra conhecimento e respeito pela cronologia da protagonista, sem deixar de lado os personagens e cenários que vem construindo desde que assumiu o título.

Em seguida, o arco de três partes “Os Homens que Moveram o Mundo”, onde Diana, ao lado do misterioso Campeão - por quem sente uma atração quase incontrolável - e do sumido explorador Cave Carson, encara seres milenares que vivem no interior do planeta, numa trama que tem tudo a ver com teorias mirabolante sobre a origem da Terra, continentes perdidos e sociedades secretas. Fecha a edição o retorno da Mulher-Leopardo, mais violenta do que nunca, ao mesmo tempo em que o destino da rainha Hipólita das Amazonas parece estar marcado pela tragédia.

Gostaria ainda de destacar dois pontos: primeiro, parabenizar o cuidado do editor Gabriel Faria ao explicar a referência que o autor fez à série Sugar and Spike; depois, reclamar que não houve qualquer citação ao arco A Noite Final, mencionado diversas vezes pela Mulher-Maravilha, e que vinha ocorrendo nos títulos daquela época do Universo DC.

terça-feira, 8 de outubro de 2024

X-MEN: INFERNO #3 (Panini, Julho/2018)

 


LEITURA 238/2024

Sem dúvida alguma o ponto alto deste encadernado é a introdução da ilha de Genosha no universo mutante. Arrisco dizer que, se contasse com uma arte mais linear (Marc Silvestri é ótimo, mas Rick Leonardi ainda encontrava seu próprio estilo e estava muito aquém do desenhista titular) as quatro partes desta trama se tornariam um clássico por si só, no mesmo patamar de Deus ama, Homem Mata ou Dias de um Futuro Esquecido. Afinal de contas, a ideia de uma sociedade utópica construída sobre a exploração do trabalho alheio encontra diversos paralelos no mundo real (alguns bem indigestos).  Ao mesmo tempo, as verdadeiras intenções – e poderes – de Madelyne Pryor vão ficando ainda mais evidentes, servindo de gancho para o início do arco propriamente dito no próximo volume desta coleção.

Nas histórias do X-Factor, a tentativa da mutante Moléstia em se apoderar da nave base, inicialmente seduzindo o Homem de Gelo, acaba afetando acidentalmente o Fera, Que já vivia um drama particular, perdendo aos poucos sua inteligência. Já as quatro histórias dos Novos Mutantes abordam - mais uma vez - a desobediência da equipe ao seu atual mentor Magneto quando decidem resgatar Lila Cheney de uma criatura aracnídea alienígena, que também tem uma jovem refém que busca salvar sua família. Aventura meio extensa e um tanto repetitiva, mas que acaba sendo relevante por lançar a jovem Illyana de vez em sua personalidade demoníaca, bem no momento em que o Limbo está vivendo um motim, que será um dos ingredientes fundamentais para o evento Inferno.

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

KINGSMAN: O DIAMANTE VERMELHO (Panini, Dezembro/2019)

 




LEITURA 237/2024

Mais uma aquisição do Gibi SP Festival, que eu honestamente nem lembrava de ter sido lançada (e olha que faz tempo). Bastante diferente do segundo filme, a trama de Kingsman: o Diamante Vermelho, escrita por Rob Williams e com arte de Simon Fraser, mostrar Eggsy encarando um apagão tecnológico global causado pelo bizarro  terrorista Diamante Vermelho (que lembra muito os vilões da série Preacher), acompanhado de uma agente secreta sul-africana.

Leitura rápida e cheia de ação, com vários momentos divertidos, tanto do protagonista, quanto do brutamontes cinéfilo capanga do vilão. Uma pena a trama mostrada aqui não ter sido aproveitada também nos cinemas.

sábado, 5 de outubro de 2024

BATMAN: SINA MACABRA (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 236/2024

Entre as diversas minisséries lançadas pela Mythos (em formato paraguaio) no início dos anos 2000, Batman: Sina Macabra foi uma das poucas que deixei passar, então fiquei interessado quando soube que a Panini relançaria a história em uma edição encadernada, e tive a chance a chance de encontrar a bom preço no Gibi SP Festival semana passada.  O roteiro e as capas são de ninguém menos que Mike Mignola e a trama sombria envolvendo mitos lovecraftianos e uma praga bíblica é basicamente uma trama do Hellboy.

O elenco de apoio do universo do Morcego também aparece, alguns em versões interessantes, outras breves demais.  No ato final achei as resoluções um tanto apressadas, e sinceramente não sei se esta realidade foi revisitada posteriormente. Enfim, poderia ter sido melhor.

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

YODA #2 (Panini, Agosto/2024)


 


LEITURA 235/2024

Último encadernado das histórias-solo do mestre Jedi, e bem mais inserido no contexto dos filmes, embora sempre narrado pelo protagonista durante seu período de exilio em Dagobah. Depois de uma resolução insatisfatória para o entreveiro envolvendo alguns padawans, motivadas por decisões questionáveis do então Jedi Dooku, Yoda relembra uma perigosa missão em que atuou ao lado de Anakin Skywalker (e as personalidades típicas de cada um gera momentos bem divertidos), enfrentando inclusive o General Grievous (sozinho, pois Anakin só vai conhecer o vilão de perto no Episódio 3, garantido o cânone).

Encerrando o volume, o primeiro encontro de Yoda com o fantasma de Obi-Wan, e as provações que o velho mestre precisa superar antes de treinar Luke Skywalker. Leitura ágil e divertida, que deve agradar aos fãs da saga.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

DEADPOOL #2 (Panini, Agosto/2024)

 


LEITURA 234/2024

Encadernado que encerra a fase escrita por Alyssa Wong para o personagem, e o veredito é que, infelizmente, o trabalho não sai do nível mediano. Deadpool está tentando levar uma vida romântica com sua nova paixão, Valentine, mas ainda é alvo do ataque de seus ex-colegas assassinos do Ateliê. Nem mesmo o bizarro cachorro simbionte, e as leves ligações com a fase mutante em Krakoa, são suficientes para empolgar ou marcar o momento. Que venha a próxima equipe criativa.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

AQUAMAN: A BUSCA POR MERA (Panini, Fevereiro/2024)

 


LEITURA 233/2024

O lançamento de materiais da DC das décadas de 60 e 70 é sempre motivo de comemoração, ainda mais quando se trata do Aquaman, personagem que só foi ganhar alguma regularidade aqui no Brasil na década de 90.

Este volume em capa dura, quase totalmente inédito aqui (só uma história saiu pela Ebal), parte do misterioso desaparecimento de Mera, e a jornada de Aquaman para reencontra-la, passando por diversos lugares sob e sobre as águas, e desmistifica um pouco a velha premissa de que a DC “não tinha cronologia” naquele tempo, pois o arco dura praticamente um ano e é bem amarrado, deixando ganchos para as edições seguintes, as quais espero que a Panini siga publicando.

Não conhecia (ou pelo menos não lembro de ter lido) o trabalho do escritor Steve Skeats, mas já me pareceu uma abordagem muito mais próxima da década de 80 do que da simplicidade dos anos 60. Jim Aparo, praticamente chegando na DC, é o responsável pela arte – um tanto psicodélica – acompanhado pelo clássico Dick Giordano.  

HOMEM-ARANHA: A SAGA DO CLONE #3 (Panini, Julho/2024)




LEITURA 232/2024

Um volume cheio de histórias inéditas no Brasil (é amigo, nem o Aranha escapava da tesoura), a começar pelas três que compõem a edição de Spider-Man Unlimited, estreladas pelo Aranha Escarlate, pelo próprio Aranha, e por Mary Jane, são simplesinhas, com arte bem qualquer nota na primeira e na última, e a participação do esquecido Cardíaco na do meio (a melhor das três). 

Em seguida, mais uma trama inédita, onde o Aranha, em meio à sua crise existencial, reencontra o Puma, enquanto Mary Jane vai a Pittsburgh acertar as contas com sua irmã e seu pai. Esse reencontro com o Puma - e sua misteriosa acompanhante Nocturna - pode causar estranheza, pois suas imediatas aparições anteriores seguem inéditas por aqui, mas basta saber que o felino foi dado como morto, e a jovem é vítima de experimentos do Barão Zemo. Seus poderes empáticos acabam sendo peça-chave para que Peter comece a recuperar seu foco emocional. 

Fecham o volume as duas únicas edições que são relançamento aqui, onde Peter aborda o Demolidor (que na época havia abandonado sua identidade de Matt Murdock, fingindo sua morte) para lhe ajudar a superar seu momento de confusão. Como se isso não fosse problema suficiente, ambos se envolvem no embate entre o Coruja e o rejuvenescido Abutre, onde o Aranha acaba sendo envenenado, mais um ingrediente para fazê-lo repensar sua vida. O autor J.M.DeMatteis, veterano no personagem, mais uma vez manda muitíssimo bem nas caracterizações, motivações e conflitos internos dos envolvidos. 

ONDE ESTÃO AS OUTRAS LEITURAS??

 


Você, caro leitor, que está chegando agora aqui neste novo blog, e não conhecia o perfil de outras redes sociais, deve estar se perguntando o motivo das resenhas terem iniciado a partir da "Leitura 230" e onde estariam as 229 anteriores. É simples e eu explico. 

O perfil AQUI NA BANCA existe desde 2017 no Facebook, X e Instagram (e mais recentemente no Blue Sky), e neste ano de 2024  decidi fazer um "Diário de Leituras", organizando assim as resenhas e podendo, ao final do ano, apurar quantas edições foram lidas no decorrer de 12 meses. 

No último sábado, a postagem da Leitura 232 (Homem-Aranha: A Saga do Clone #3) foi inexplicavelmente (talvez nem tanto...) limada pelo Instagram por suposta "violação de propriedade intelectual". Um absurdo, já que a legislação permite a resenha e a crítica seja publicada sem qualquer impacto em direitos autorais.

Dessa forma,  decidi que a partir de agora a plataforma principal do perfil será este blog, para onde serão direcionados links das demais plataformas. Como daria um trabalho ENORME transferir todo o conteúdo anterior para cá - e que não se resume apenas às resenhas, mas também matérias especiais e diversas postagens feitas ao longo dos últimos sete anos - convido quem tiver curiosidade de acessar o conteúdo anterior a visitar o perfil no Instagram . Alguns textos pontuais relevantes, e atemporais, como o dos crossovers Marvel/DC, trarei para cá aos poucos. 

Se você chegou agora, agradeço pelo seu tempo e espero que se divirta por aqui. Se é leitor antigo, obrigado pela parceria de sempre, e sinta-se em casa!



terça-feira, 1 de outubro de 2024

REVISITANDO OS CROSSOVERS MARVEL X DC - PARTE 1

 


Eu sou daquele tipo de leitor que não acha que editora de quadrinhos seja time de futebol. Traçando um paralelo com outras formas de arte – levando em conta que Histórias em Quadrinhos seja a 9a delas – não me lembro de fãs de literatura torcendo para uma editora, fãs de cinema torcendo para um estúdio (até o dia em que – olha a coincidência! – eles passaram a adaptar HQs), nem por escolas de dança, arquitetura ou poesia. Claro que todos temos nossas preferências pessoais, mas nunca vi torcida contra, boicote, boatos e até mesmo difamação, por mais ridículo que possa parecer.

O que ainda me deixa mais surpreso com isso tudo é que, diferente do esporte ou outros tipos de rivalidades, a sua preferência não precisa superar a de outros para se sobressair ou ganhar destaque. Seu quadrinho favorito não precisa vender mais que o favorito do colega para você se divertir com ele. Gibis historicamente relevantes, hoje considerados clássicos, podem não ter entrado no Top 10 do ranking da época. Fãs de outras mídias sabem disso muito bem. Os de quadrinhos parecem esquecer.
Infelizmente esse sentimento não está mais restrito a alguns fãs, mas aos editores também. A política do “dividir para conquistar” parece ser garantia de sucesso, em vários setores do nosso coitidiano. Mas nem sempre foi assim. Ainda acredito que “a união faz a força” é um chavão mais coerente, simpático e, focando na nossa área aqui, bem mais divertido.
Houve um tempo em que Marvel e DC ofereciam o que os leitores queriam. E os leitores de então queriam união. Queriam ver seus personagens favoritos juntos. Juntos como se sempre tivessem estado, sem necessidade de portais, terras alternativas, explicações mirabolantes, para poder vibrar durante os 15 minutinhos que levam para ler seus gibis. E foi assim que a primeira fornada de encontros entre Marvel e DC apareceu. Supreendendo, marcando época e, principalmente, divertindo a garotada. Sem culpa.
Lançado nos EUA em 1976, Superman vs. Homem-Aranha chegou aqui pela EBAL, logo no ano seguinte, em formato gigante e prometendo o combate do século. Mero chamariz, a desavença entre os principais personagens das principais editoras de quadrinhos americanos durou pouco mais que 10 páginas da edição. Um soco pra lá, outro pra cá, um papo rápido e partiram no encalço de seus inimigos, também unidos, Lex Luthor e Doutor Octopus. Em meio a isso tudo, Lois (naquele tempo, “Míriam” aqui no Brasil) Lane e Mary Jane Watson papeiam, os jornalistas do Planeta Diário e do Clarim se conhecem, as origens de cada um são relembradas, como se fosse mais um dia na série regular de cada um. Ainda mais porque os autores e artistas envolvidos eram os mesmos delas, reforçando ainda mais a sensação de familiaridade da história.
Cinco anos depois, em 1981, Marvel e DC resolveram brincar de novo. Mas ao invés de uma edição especial em comum, cada uma ficou responsável por editar e publicar um novo encontro entre seus personagens. Assim, a DC lançou Hulk vs. Batman e a Marvel decidiu pelo segundo encontro entre Superman e Homem-Aranha (com participações especiais de Hulk e Mulher-Maravilha). As duas edições vieram pra cá logo em 1982, por EBAL e RGE, respectivamente. No mesmo ano, só que lá nos EUA, foi lançado o último encontro dessa iniciativa, justamente com os títulos de maior sucesso naquele momento, X-Men versus Novos Titãs (contra a improvável dupla Fênix Negra e Darkseid, com o Exterminador de lambuja). Essa só chegou por aqui em 1985, já pela Abril em Grandes Heróis Marvel #9. Ficou a cargo da Abril também relançar as duas ediçõoes de Superman versus Aranha, em 1986 e 1989; e todos os quatro encontros, pela última vez, ao longo de 1993.
E ficamos nessas quatro edições por um longo tempo. Diferenças criativas barraram o lançamento de Vingadores vs. Liga da Justiça, que já tinha várias páginas prontas, marcado para 1983. Foram necessárias duas décadas para que o encontro finalmente aparecesse, já quase que totalmente remodelado. Mas antes disso uma nova leva de encontros Marvel/DC chegou aos fãs, numa época em que a simplicidade criativa não andava lá muito em alta, mas ainda apresentando momentos divertidos e situações inesperadas. Falarei deles na próxima semana.

HOMEM-ARANHA: A SAGA DO CLONE #2 (Panini, Junho/2024)



LEITURA 231/2024

Mais um acerto editorial aqui neste segundo volume: as histórias curtas mostrando a origem do clone, que acompanhavam originalmente as edições do arco publicado no volume anterior, foram compiladas na abertura desta edição, totalmente dedicada às aventuras de Ben Reilly em sua nova identidade, o Aranha Escarlate (codinome que ele ganha nesta edição).

Alguns mistérios da origem naturalmente, ficam em aberto para esclarecimentos futuros, mas a história contada de outro ponto de vista é um ótimo ingrediente para contextualizar o novo personagem e seu momento atual. Partindo daí, acompanhamos seu batismo de fogo contra ninguém menos que Venom, ao mesmo tempo em que surge um nova peça na trama: o misterioso assassino Kaine.

HOMEM-ARANHA: A SAGA DO CLONE #1 (Panini, Junho/2024)

LEITURA 230/2024

E vamos de maratona de Saga do Clone, só porque é Homem-Aranha e não tenho um pingo de vergonha na cara. Gostei da opção da Panini por trazer, como prólogo, apenas os trechos referentes ao reaparecimento do clone de Peter Parker nas edições que antecederam o arco. Claro que o lado completista chia um pouco, mas não fazia sentido ter mais de quinze histórias nessa coleção, por conta de uma ou duas páginas de cada, até chegar à história tema.

O clone – autodenominado Ben Reilly em homenagem aos tios – está de volta em um momento bastante dramático: May Parker em coma após um AVC (justamente a causa de seu retorno), Mary Jane saindo da cidade, e Peter Parker em surto, mais violento do que nunca, e renunciando sua vida pessoal. É nesse contexto que o misterioso Judas Traveller e capangas tomam conta do Instituto Ravencroft, fazendo Peter e Ben se reencontrarem, saírem no braço, e se unindo para enfrentar o vilão.
Toda a construção do encontro entre os aracnídeos é muito bem-feita, e o clássico desenhista Mark Bagley vivia grande fase naquele momento. Eu nunca fui um crítico voraz dessa fase, colecionei à época do lançamento, e acho que essa releitura não vai mudar essa percepção. A conferir.