LEITURA 343/2024
Cercada de expectativas – e de
hype – a nova versão do Homem-Aranha Ultimate finalmente chega ao Brasil neste
encadernado trazendo as seis primeiras edições. Jonathan Hickman é um excelente
escritor de quadrinhos e mais uma vez mostra que sabe como poucos como conduzir
uma trama, especialmente na construção de um novo cenário e estabelecendo
personagens. As caras familiares – e são muitas – funcionam em novas dinâmicas e
interações, com alterações sensíveis inclusive nas personalidades que conhecemos,
e isso é um bom ponto, que por si já justificaria a existência dessa nova
versão – afinal ninguém quer acompanhar um remake do clássico, mais uma vez.
Mas há senões. Em primeiro lugar,
a história não é autocontida, ou seja, ela é uma consequência direta dos eventos
da minissérie (aqui lançada em encadernada e já comentada nesta página) que
reintroduziu o universo Ultimate. Se a ideia então é atrair novos leitores,
talvez a intenção se perca um pouco por já demandar conhecimento prévio de uma
história em curso. Em segundo lugar, todo leitor com alguma bagagem já viu
histórias em que a realidade é redefinida e um sobrevivente abnegado sai para fazer
velhos conhecidos lembrarem do que havia antes. E para “melhorar”, esse
abnegado é ninguém menos que Tony Stark, seguindo a tendência de ligar a origem
do aracnídeo a ele. A transmidialização existe, cada vez mais.
Contudo, algumas saídas narrativas – ou novidades, por assim dizer – me agradaram bastante. A maneira com que Peter chega ao uniforme definitivo, a nova estrutura do Clarim, e também o Duende Verde. Mas, mesmo pretendendo seguir acompanhando, me parece algo com fim já programado e um tanto previsível. Espero ser surpreendido.
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