terça-feira, 31 de dezembro de 2024

BÍBLIA EM AÇÃO (Editora Geográfica, Dezembro/2011)

 


LEITURA 345/2024

No início deste ano que está se encerrando hoje, ganhei de aniversário da minha esposa essa bela edição encadernada com a quadrinização do livro mais famoso do mundo ocidental: a Bíblia. Como se trata de uma edição parruda de mais de 750 páginas, decidi que iria ler aos poucos, sem nenhuma pressa, e em paralelo às demais leituras ao longo do ano. Nada mais natural, então, que seja também a última página virada deste ano (possivelmente, também deste perfil).

Toda a arte da edição é produzida pelo brasileiro Sergio Cariello, que esteve na Marvel e na DC, e narra, com muita competência, as principais passagens do Velho e do Novo Testamento Cristão, no estilo narrativo que estamos acostumados a ver nas mais corriqueiras edições de supers. A leitura, mesmo de fôlego, não me pareceu cansativa em nenhum momento. 

Mesmo que o leitor não seja católico, entendo que a leitura se faça interessante como registro de períodos históricos da humanidade, com “aventuras” próprias daqueles cenários. Naturalmente, para aqueles comungam da fé cristã, as mensagens e os valores tocarão de maneira diferente. Quadrinhos com motivos religiosos estão cada vez mais comuns, seja qual for o credo do leitor, com boa recepção e sempre de maneira respeitosa.  

AR-MEN – O INFERNO DOS INFERNOS (QS Comics, Agosto/2023)

 


LEITURA 344/2024

Belíssima Graphic Novel de Emmanuel Lepage, lançada aqui em edição caprichada pela QS Comics, narrando a história de um farol na costa britânica, partindo de sua improvável e difícil construção no final do século XIX, e descoberta quase que por acaso por dois de seus faroleiros, cada um com uma ótima bastante peculiar sobre o cotidiano de isolamento.

Artisticamente a edição é irrepreensível, e os extras ao final descrevendo o processo criativo só vêm reforçar a qualidade do trabalho. As diversas tramas vão sendo apresentadas e se desenvolvendo de forma paralela até convergirem a uma conclusão melancólica, porém real. Quem buscar ação, pode se frustrar um pouco, mas a narrativa passar por diversos estilos e temas, sem deixar a desejar em nenhum deles.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

ULTIMATE HOMEM-ARANHA #1 (Panini, Novembro/2024)



LEITURA 343/2024

Cercada de expectativas – e de hype – a nova versão do Homem-Aranha Ultimate finalmente chega ao Brasil neste encadernado trazendo as seis primeiras edições. Jonathan Hickman é um excelente escritor de quadrinhos e mais uma vez mostra que sabe como poucos como conduzir uma trama, especialmente na construção de um novo cenário e estabelecendo personagens. As caras familiares – e são muitas – funcionam em novas dinâmicas e interações, com alterações sensíveis inclusive nas personalidades que conhecemos, e isso é um bom ponto, que por si já justificaria a existência dessa nova versão – afinal ninguém quer acompanhar um remake do clássico, mais uma vez.  

Mas há senões. Em primeiro lugar, a história não é autocontida, ou seja, ela é uma consequência direta dos eventos da minissérie (aqui lançada em encadernada e já comentada nesta página) que reintroduziu o universo Ultimate. Se a ideia então é atrair novos leitores, talvez a intenção se perca um pouco por já demandar conhecimento prévio de uma história em curso. Em segundo lugar, todo leitor com alguma bagagem já viu histórias em que a realidade é redefinida e um sobrevivente abnegado sai para fazer velhos conhecidos lembrarem do que havia antes. E para “melhorar”, esse abnegado é ninguém menos que Tony Stark, seguindo a tendência de ligar a origem do aracnídeo a ele. A transmidialização existe, cada vez mais.  

Contudo, algumas saídas narrativas – ou novidades, por assim dizer – me agradaram bastante. A maneira com que Peter chega ao uniforme definitivo, a nova estrutura do Clarim, e também o Duende Verde. Mas, mesmo pretendendo seguir acompanhando, me parece algo com fim já programado e um tanto previsível. Espero ser surpreendido.   

ALIEN #1 (Panini, Dezembro/2024)

 


LEITURA 342/2024

Que edição sensacional! Num momento posterior a todos os filmes da franquia, o oficial recém-aposentado Gabriel Cruz é convocado às pressas para resgatar o último espécime de uma estação de pesquisa invadida. Mais do que uma última missão, a jornada pode significar também sua última chance de reestabelecer laços com seu filho.

Phillip Kennedy Johnson já mostrou toda sua competência nos títulos do Superman, e aqui neste primeiro volume do relançamento de Alien pela Marvel volta a mostrar talento, dentro do terror sufocante que o tema pede. A arte de Salvador Larroca, mesmo dando aquela garibada “fotonovela” nos personagens humanos – marca de seus últimos trabalhos – consegue acompanhar o tom sombrio e retrata de maneira excepcional as monstruosidades que vão aparecendo na Estação Epsilon.  Espero que a sequência não demore.

A SAGA DO FLASH #10 (Panini. Outubro/2024)

 


LEITURA 341/2024

Volume só com histórias inéditas no Brasil, nenhuma delas fora de série – o que talvez explique terem ficado de fora naquele momento de pouco espaço nas publicações – mas são histórias rápidas (sem trocadilho), divertidas e que, principalmente, trabalham bem o relacionamento de Wally West e Linda Park.

Em meio a ameaças com o tirano cósmico Mongul, uma empresa dedicada à invocação demoníaca, e um apelo do Mestre dos Espelhos, o casal vai se entendendo, com todas as idas e vindas de um relacionamento entre jovens adultos. A edição traz ainda uma história do anual do Velocista, onde ele lembra seus primeiros momentos com o uniforme escarlate que pertenceu a Barry Allen, e o quanto foi difícil convencer alguns colegas do tio que estaria à altura do desafio.

GUARDIÕES DA GALÁXIA #2 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 340/2024

E termina aqui mais uma jornada dos Guardiões da Galáxia, conduzida pelos escritores Collin Kelly e Jackson Lanzing, acompanhados pela ótima arte de Kev Walker na maioria das edições. O tema dessa fase é a ameaça da Arrebatagroot, que vem vitimando dezenas de sistemas estelares e, como o próprio nome diz, descende de um dos mais queridos membros da equipe.

Como em todas as mídias que retratam a equipe, a chave aqui é a união entre os integrantes da equipe, e como eles se veem como uma família de párias. Mesmo com evidências e chances mínimas, em nenhum momento há dúvida do caminho a seguir. Claro que tudo inserido no cenário cósmico da Marvel, com ótimas cenas de ação, e uma conclusão emocionante, embora previsível.

domingo, 29 de dezembro de 2024

DC SEM PALAVRAS (Panini, Novembro/2024)

 


LEITURA 339/2024

Gustavo Duarte mais uma vez demonstra sua virtuosidade narrativa nesta simpática edição trazendo seis contos sem textos de personagens da DC. Não é qualquer artista que consegue produzir histórias sem usar balões e recordatórios, se utilizando apenas da expressividade dos personagens e da narrativa que a arte sequencial proporciona. Sem falar na simpatia que seu traço confere aos personagens, que merecia até ser reproduzida em outras mídias.

A minha história preferida é a do Superman, mas todas funcionam muito bem, e os olhos mais atentos vão perceber várias referências nacionais escondidas. O único senão aqui é que acaba rápido, e eu compraria fácil um omninus de mil páginas nesse modelo.

AVANTE, VINGADORES! #8 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 338/2024

Edição que mantém o bom nível das séries que a compõe, a começar pela Equipe Unidade dos Fabulosos Vingadores, com o Capitão América conduzindo um discurso emocionante e histórico para apresentar sua equipe com mutantes, e desmerecer publicamente as ações da Orchis. Em sua série própria, Steve Rogers e a encarnação da Vida conseguem afastar a ameaça imediata, e novamente os valores do herói são consolidados, com bons ganchos futuros.

Os novos métodos do Pantera Negra o levam a um confronto com a mutante Monet – típico dos gibis de heróis mascarados – mas a verdadeira ameaça segue ganhando força em Birnin T´Chaka. Na história curta do mês, um envelhecido T´Challa narra aventuras passadas às suas netas.

BATMAN #21 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 337/2024

Aproveitando a ressaca da Guerra de Gotham, o Coringa aproveita para empreender um novo ataque contra o Homem Morcego, tendo como alvos seus antigos professores. Mas dessa vez, o Palhaço do Crime deverá encarar a personalidade que Bruce Wayne guarda no fundo de sua mente, em todas as suas versões. Eu sinceramente achei que essa temática multiversal já tinha se exaurido nas histórias do personagem, mas Chip Zdarsky quer ainda torcer todo o suco do bagaço. Não é ruim, mas acho que já deveríamos ter virado essa página.

Também está de volta o trabalho de Ram V em Detective Comics, e com o morcego condenado à forca, cabe à Mulher-Gato organizar um time de velhos conhecidos para resgatá-lo. Em seguida, três histórias curtas com os integrantes dessa “equipe”, e muito bom nível, especialmente as da Questão e do Azrael (aliás poderiam produzir algo dele com essa arte do Liam Sharp).

E num epílogo da Guerra de Gotham, Vandal Savage se reestabelece em sua nova base de Gotham: a antiga Mansão Wayne.

VIOLADOR #1-#3 (Abril Jovem, Abril e Maio/1997)

 


LEITURAS 334, 335 e 336/2024

E não é que Alan Moore também consegue escrever uma bobajada divertida? A minissérie do Violador, também relançada recentemente em encadernado pela Panini, parte do momento em que a máfia tenta dar fim ao Palhaço – forma terráquea e sem poderes do demônio – e sua fuga alucinada. Ao mesmo tempo, seus irmãos decidem vir visitá-lo, e um novo soldado de aluguel, o Punidor, está pronto para destruí-lo de vez.

Muita correria, muita violência gratuita, uma rápida e hilária participação do próprio Spawn, e arte super condizente com a temática por Bart Sears.

sábado, 28 de dezembro de 2024

MULHER-MARAVILHA & FLASH #7 (Panini, Outubro/2024)


 

LEITURA 333/2024

A fase atual do Flash se desviou tanto do que prometia, que até o Deodato já pulou fora. Mas o novo desenhista Ramón Pérez não faz feio, mesmo com um estilo bastante diferente. A trama aqui até joga uma luz no contexto geral, focando no paradeiro de Max Mercúrio e Impulso, e no destino de outros velocistas.

E mesmo não tendo uma história completa da Mulher-Maravilha nesta edição, são as três histórias curtas focadas em Trindade – a “filha” de Diana – ao lado de Jon Kent e Damian Wayne, que abrem aquele sorriso de satisfação no leitor. Também escritas por Tom King, em texto leve e divertido, com ótimas caracterizações, mostram três momentos futuros na vida do trio de jovens heróis.

VINGADORES #11 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 332/2024

Não chegamos no ponto em que Jed MacKAY finalmente acertou a mão com os Vingadores, mas pelo menos ele parou de enrolar e de repetir a mesma fórmula de todas as edições anteriores. Aqui o foco é no mordomo Jarvis e em seu assistente, que se tornam o meio involuntário para uma invasão do Pensador Louco à nova base dos Heróis Mais Poderosos da Terra. Sigo achando que a arte está mais adequada para aquelas publicações estilo Marvel Adventures, mas ao menos a trama dessa vez é rápida e divertida.

Mas as partes realmente dignas de atenção da edição são, como sempre, as aventuras de Homem de Ferro e do Thor. Tony Stark agora conta com o apoio de Riri Williams na construção de uma arma contra a Orchis, mas não antes dela se estranhar com Emma Frost.

E FINALMENTE a trama de Thor parece estar chegando a algum lugar, e de uma maneira bastante interessante. Para resumir, o Thor pateta e engraçadinho que o grande público tem conhecimento (na trama, é o dos gibis, mas sabemos a que versão o autor se refere) está servindo como fonte de poder para o Minotauro da Roxxon. Sabia que Al Ewing ia tirar um coelho da cartola – e a arte do brasileiro Ibraim Roberson também é bastante boa.

Fecha a edição uma historinha bonitinha das Filhas do Dragão – esse é o nome da dupla, viu editor? – Misty Knight e Colleen Wing.  

SUPERMAN #14 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 331/2024

Achei que a conclusão salvaria esse arco vendido como algo acima da média – “Superastros Superman” – mas não teve jeito não, o trabalho de Jason Aaron e John Timms é, no máximo, medíocre, e bem burocrático. A "parceria" que leva à conclusão é até interessante, mas tudo é tão jogado e mal explicado que só acaba somando mais bobagens na narrativa bizarra - sem trocadilho. Deixem o Bizarro quieto e volta JÁ Joshua Williamson!

O restante da edição – uma história curta envolvendo também o Bizarro – consegue ser ainda pior, necessitando grande esforço para concluir a leitura.

A SAGA DO HOMEM-ARANHA #19 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 330/2024

J.M. DeMatteis segue apresentando um trabalho consistente – e com cara própria – nas edições de Marvel Team-Up que compõem este volume, a começar pela aventura envolvendo a Feiticeira Escarlate, sequencia direta da edição anterior; o encontro com o jovem Homem-Sapo e a Coelha Branca, que tinha tudo para ser um aborrecimento, mas acaba se mostrando bastante divertido, até a parceria com o Senhor Fantástico, onde mais uma vez o autor aproveita ideias e personagens de sua fase no Capitão América, e que seguirá no próximo volume.

As demais edições – duas de Amazing Spider-Man e uma de Peter Parker – naturalmente tem boas doses de ação, mas o que chama a atenção delas é o tom intimista e de familiaridade de seus protagonistas, no caso Peter Parker e J. Jonah Jameson, marcas dos títulos desde sua criação. Peter, além de sua rotina mascarada, precisa tomar decisões relevantes em sua vida pessoal, uma delas bastante indigesta; Já o editor do Clarim decide mostrar para sua noiva que não perdeu o tino para grandes reportagens, mesmo que vida corra riscos. São materiais produzidos há mais de 40 anos, mas que ainda fazem muito sentido na vida de jovens adultos ou de profissionais consagrados, o que só vem reforçar a relevância e o apelo desses conceitos.

BATMAN/SUPERMAN: OS MELHORES DO MUNDO #23 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 329/2024

Interrompendo as histórias do título principal, mesmo com o gancho para o início do novo arco na edição passada, temos aqui uma aventura dos Superfilhos de um momento ainda anterior na cronologia, quando Jon Kent havia assumido o lugar de seu pai, que encarava a Saga do Mundo Bélico fora do planeta. Gosto muito do trabalho de Peter J. Tomasi com a dupla, mas a trama dessa aventura não está à altura de seus bons momentos.

Para piorar, ainda conta com a arte preguiçosa de Viktor Bogdanovic, de quem não sou nada fã. Salvam-se alguns momentos da interação sempre divertida entre os protagonistas, mas não a ponto de se satisfazer com a leitura.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

A SAGA DOS X-MEN #27 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 328/2024

Um curioso momento de transição da equipe baseada na Austrália, quando um a um os integrantes vão sendo tirados de cena, com tons dramáticos de incerteza. A semente foi plantada lá atrás no final da Queda dos Mutantes, quando a feiticeira Roma deu ao time o Portal do Destino, pode onde seriam julgados e devolvidos em uma nova encarnação. A primeira a passar é Vampira, se sacrificando para deter a fusão do futurista Nimrod com o Molde-Mestre dos Sentinelas.

Em seguida, é a vez de Longshot – de uma maneira muito estranha, com cara de martelada editorial – e Tempestade, esta como efeito colateral do ataque da Babá (aliás, como essa personagem chata era usada nesse momento, tanto aqui como no título do X-Factor) para salvá-los da revanche dos donos do local, Donald Pierce e os Carniceiros. Mas antes disso, os sobreviventes vão ao Chile em busca de Polaris, e reencontram velhos conhecidos da Terra Selvagem.

Só não falei da história que abre o volume, o anual da equipe parte do evento Ataques Atlantes, mas o embate com a Sociedade da Serpente – inimigos tradicionais do Capitão América – não é lá muito inspirado, embora esteja sendo publicado dessa vez aqui no Brasil na ordem cronológica correta, o que não aconteceu lá em 1993.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

DARTH VADER #7 (Panini, Novembro/2024)

 


LEITURA 327/2024

Mais uma boa edição de Darth Vader, com mais de 200 páginas e ligada ao evento Droides Sombrios. Coincidência ou não, a trama imediatamente anterior ao evento já mostra Vader lidando com androides, onde ele está com dificuldades em controlar a Força e vai atrás da Doutora Aphra para ajudá-lo a obter um item lendário para recuperar esse controle. Em meio a essa jornada, sua mais nova aliada, Sabé, acaba se tornando uma vítima, e tem seu destino incerto.

A partir desse momento, a história da praga robótica que se espalha pelo universo chega até Vader e a seu novo exército de androides, se tornando ele mesmo um dos alvos, já que, como dizia Obi Wan Kenobi, "ele é mais máquina que homem". Vader então tem que não apenas recuperar seu controle sobre a Força, mas lidar com a praga e tentar usá-la em seu benefício contra o Imperador Palpatine, com quem vive uma guerra fria.

Estamos quase no final dessa série (salvo engano, o próximo volume é o último) que, na minha opinião, é a melhor coisa feita em quadrinhos com Star Wars. Desde a série anterior, que foi já foi compilada aqui até em omnibus, a qualidade tem sido excelente, fazendo uma ótima transição entre os três filmes prequels e os três originais, e até um pouco da trilogia sequência, com alguns personagens que só veríamos ou ouviríamos falar nestes. Um trabalho extremamente competente e altamente recomendado para qualquer fã de Star Wars.

A SAGA DA MULHER-MARAVILHA #4 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 326/2024

Volume que traz a edição especial de 10 anos do título da Mulher Maravilha, com um vislumbre rápido dos principais eventos da série até então, graças a John Byrne. Mas vamos combinar que é uma relembrada bem superficial, né? O foco desta edição é resolver a trama das Amazonas se transformando em barro novamente, com uma explicação bem simples: os deuses do Olimpo, seus criadores, terem se afastado da Terra.

Comparada às edições anteriores, essa é bem mais morna, com bem menos ação. A parte mais movimentada fica por conta da conclusão do confronto com a Mulher-Leopardo, que acontece logo na primeira história da edição. Mesmo assim, é cronologicamente importante, pois além de fechar a trama da degeneração que afligia as Amazonas, abre espaço para uma nova envolvendo o demoníaco Neron e a aparente morte da protagonista.

Esse material é inédito aqui no Brasil e é bastante relevante, pois vai resultar na troca da detentora do título de Mulher Maravilha. Na época, como a Abril ignorou essas histórias, a mudança “não aconteceu” por aqui, mas quem acompanhava o material original sabe que Diana seria substituída por Hipólita até nas histórias da Liga da Justiça.

Vale notar que os desenhos de Byrne, que eram muito mais rebuscados e detalhados nas edições iniciais, parecem ter perdido um pouco do brilho neste momento, parecendo até mesmo preguiçosos.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

CAVALEIRO DA LUA #5 (Panini, Julho/2024)

 


LEITURA 325/2024

Diferente do trabalho burocrático e sem inspiração que vem apresentando mensalmente em Vingadores, Jed MacKAY encerra sua ótima fase no Cavaleiro da Lua deixando marcas relevantes, contribuindo e muito para a mitologia do personagem, que durante muito tempo viveu de espasmos com a chegada de novos escritores, que logo partiam para outras empreitadas.

Quando falo de contribuições relevantes para a mitologia, refiro-me a conceitos como o Lua de Caçador – o outro “punho” de Konshu – e à Missão da Meia-Noite, ideia promissora que espero que seja mantida e absorvida no cenário do Universo Marvel tanto quanto o Clarim Diário ou o Sanctum Sanctorum; além do novo papel da Tigresa, personagem já cinquentenária da editora, mas com raros momentos de brilho próprio.   

A fase se encerra com o clímax prometido: Cavaleiro da Lua contra o(s) Espectro(s) Negro(s), ameaça originada no passado de Marc Spector, e que ressurgiu como principal ameaça à Missão da Meia-Noite e todos aqueles que se aliaram ao Cavaleiro em algum momento. A ação é quase ininterrupta, graças também à arte dinâmica e narrativa ágil de Federico Sabattini.

De se lamentar apenas a falta de cuidado editorial da Panini – cada vez mais frequente – que na quarta capa colocou a sinopse do volume anterior. Quem foi procurar o encontro com Venom ou a missão solo da Tigresa, tente a edição 4. 

domingo, 22 de dezembro de 2024

ADASTRA NA ÁFRICA (Trem Fantasma, Outubro/2023)

 


LEITURA 324/2024

Primeira edição da Editora Trem Fantasma que adquiro e já deixo o elogio pelo ótimo tratamento editorial ao material de Barry Windsor-Smith, que encerraria a trilogia Morte em Vida protagonizada pela Tempestade no título Uncanny X-Men, mas foi vetada pela Marvel (em razão de suposta incitação ao suicídio – honestamente, não vi dessa forma) e o autor decidiu adaptar a uma de suas criações para poder publicar.

Artisticamente, não há o que discutir. BWS é genial e o trabalho em preto-e-branco só serve para realçar sua arte super detalhada e sua habilidade com nanquim. A trama segue o modelo principalmente do capítulo anterior, onde a protagonista revisita o continente africano anos depois de sua última passagem, porém levando em conta a evolução do cenário habitual, mas tendo ainda por norte os mesmos temas de tradição cultural e sacrifício.

 Sabiamente, a editora não apenas manteve os extras da graphic original, mas complementou com um ótimo texto do historiador Marcio dos Santos Rodrigues, contextualizando e refletindo sobre a obra.

HOMEM-ARANHA: A SAGA DO CLONE #5 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 323/2024

Uma edição bem mais fraca que os as anteriores, focada em tramas periféricas do evento principal, publicadas fora dos títulos regulares. A atuação dupla de Peter Parker e Ben Reilly – sem, no entanto, se encontrarem - para impedir terroristas tecnológicos num atentado, é da trimestral Spider-Man Unlimited, e conta com roteiro mediano do falecido Tom Lyle e desenhos preguiçosos de Ron Lim.

O restante da edição fica para a minissérie Funeral Para Octopus, onde o foco é a disputa dos tentáculos do falecido Otto por um primo, o governo dos EUA, e o restante do Sexteto Sinistro, e claro que Kaine pretende se aproveitar da confusão para dar fim a cada um dos vilões. É uma trama bem boba, mas com alguns poucos momentos de ação divertida.

Além da redução do número de páginas sem baixar o preço, outro destaque negativo fica para a escolha da pior das capas possíveis entre as opções. A intenção parece ser fazer justiça à (má) fama do arco.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

A SAGA DO SUPERMAN #5 (Panini, Setembro/2024)

 


LEITURA 322/2024

Cinquenta e dois anos depois de seu primeiro encontro, Clark Kent finalmente revela para Lois Lane que é o Superman. Nos modelos narrativos dos quadrinhos atuais, onde autores precisam trazer “bombas” com frequência, é impensável que uma mudança de dinâmica desse tamanho pudesse aguardar tanto tempo. E a recepção fria, num primeiro momento, de Lois Lane, acaba sendo surpreendente, mas natural dentro do contexto da dupla.

A edição conta também com um dos meus arcos favoritos do Superman: Time and Time Again (Perdido no Tempo, na adaptação), onde o herói, ao tentar ajudar o Gladiador Dourado, acaba sendo lançado através de momentos futuros e passados, com participações breve da Legião dos Super-Heróis (em sua versão inicial), e da Sociedade da Justiça. Os autores Dan Jurgens, Jerry Ordway e Roger Stern já vinham construindo essa trama há algum tempo, como fica evidente na ótima passagem em Varsóvia, com o Super reencontra “pela primeira vez” o Senhor Z, mostrando o quanto o editorial era afinada naquela era do “triângulo”.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

STAR WARS #7 (Panini, Setembro/2024)

 


LEITURA 321/2024

O evento Droides Sombrios repercute no título principal da linha, e o foco da narrativa é na desesperada busca de Lando Calrissian por uma cura para seu assistente ciborgue Lobot, alvo da infecção que atinge todos os robôs da galáxia. Essa busca faz com que ele desobedeça a diretrizes importantes da Aliança Rebelde, levando-o inclusive ao palácio de Jabba em Tatooine, e as consequências derrubam de forma aparentemente irreversível a confiança de seus aliados.

O autor Charles Soule vem fazendo um ótimo trabalho na linha, e aqui não é exceção, principalmente pela opção de explorar um dos personagens mais queridos da franquia a fundo, sem passar batido pela ameaça maior – que quem já leu a edição Droides Sombios já sabe como termina – mantendo o interesse do leitor na duas frentes.

A SAGA DOS VINGADORES #8 (Panini, Outubro/2024)



 LEITURA 320/2024

As duas últimas histórias do roteirista Roger Stern no título abrem essa edição de A Saga dos Vingadores, focando no arco Heavy Metal. Aqui, o Adaptoide, usando a imagem do Armador, monta uma equipe de seres tecnológicos tecnológicas para adquirir o poder do Cubo Cósmico e transformar toda a população orgânica do planeta. A arte de John Buscema garante a atenção em meio a diversos rounds de  lutas e quebra-paus entre os Vingadores e a turma amealhada pelo Adaptoide, seguindo nesse ritmo até a conclusão, onde Steve Rogers, na identidade de Capitão, desempenha um papel crucial, já que foi o primeiro a enfrentar o Adaptoide nas histórias de Stan Lee e Jack Kirby, e sabe exatamente o ponto fraco do robô.

As aventuras também abordam a insegurança recorrente da Capitã Marvel como líder dos Vingadores, sendo provocada constantemente pelo Dr. Druida, o que gera um conflito interessante. Na última história da edição, já escrita por Walt Simonson,  Druida é atormentado por sonhos com uma misteriosa mulher -  e quem leu a primeira Epic do Quarteto Fantástico lançada pela Panini no ano passado, já sabe onde isso vai acabar - e, numa recepção de gala aos Vingadores, a esposa do Namor e ex-integrante da Tropa Alfa, Marrina, se descontrola misteriosamente, se tornando um monstruoso Leviathan, gancho para a próxima edição. 

Essa Saga está com os dias contados - eu já suspeitava que não passaria da edição 300, quando John Buscema deixa o título - e o recorte acabou focando na era Buscema. Tenho a impressão de que deve seguir nas Epic Collections, a exemplo do Demolidor, que oferecem melhor custo-benefício.


terça-feira, 17 de dezembro de 2024

KEN PARKER #22 (Mythos, Agosto/2024)

 


LEITURA 319/2024

Fazia tempo que eu não trazia Ken Parker para a conversa, o que é um pecado, porque as edições são sempre excelentes. Este volume 22 não foge à regra e traz mais duas ótimas histórias incríveis. A primeira, A Dois Passos do Paraíso, traz um Ken Parker inicialmente irreconhecível, que acaba na cadeia, onde encontra outro rapaz e juntos bolam um plano de fuga. Ao longo das páginas, vamos percebendo que a situação é bem mais complexa do que parece, com diversas reviravoltas e surpresas, como sempre acontece nas histórias de Ken Parker.

A segunda história, Na Estrada para Yuma, o protagonista é contratado para participar da equipe de escolta de um criminoso até a fronteira, onde será entregará às autoridades. Ao longo do caminho pelo deserto, os parceiros do criminoso tentam libertá-lo, enquanto o próprio prisioneiro faz sua parte gerando cizânia, jogando as pessoas umas contra as outras – incluindo aí uma conhecida figura do gênero western - e levando o grupo a armadilhas. É uma jornada perigosa e desesperadora em vários momentos, cheia de mudanças repentinas de rumo, de maneira que você não consegue prever o final.

Tentando não demorar tanto para trazer a próxima edição, recomendo sempre que posso essa coleção.

SPAWN: ORIGENS #4 (Panini, Setembro/2024)

 


LEITURA 318/2024

E não é que finalmente me empolguei com Spawn? No arco A Caçada, que domina a maioria das páginas deste quarto encadernado de Spawn Origins, Terry Fitzgerald está no centro das atenções da máfia, da polícia e do governo dos Estados Unidos, representado por seu ex-chefe Jason Wynn. Todos acreditam que ele está ligado à criatura de capa vermelha que tem atrapalhado todos os planos por aí. Tentando sobreviver e proteger sua família, Fitzgerald acaba no meio de uma grande confusão, enfrentando (ou melhor, sendo massacrado) pelo reconstruído Chacina, depois de ser atacado pelo FBI em sua própria casa. Quando tudo parece estar perdido, quem aparece é seu velho amigo Al Simmons. Não podemos esquecer da dupla Sam e Twitch, que finalmente ficam frente a frente com o Soldado do Inferno, proporcionando momentos bastante divertidos, seguindo com muita ação até a conclusão satisfatória, embora acelerada e um tanto “mágica”.

Em seguida, temos duas histórias isoladas. A primeira, desenhada por Marc Silvestri (que é sempre excelente), que mostra como Todd McFarlane é tão “dono” do personagem que qualquer outro artista, por melhor que seja, parece deslocado no gibi. E a aventura, que prometia apresentar um novo vilão, acaba bem aquém da expectativa. Em seguida, uma história mais pesada, onde a decisão de Spawn em dar um tempo e não ajudar um senhor com um problema até simples, acaba gerando uma tragédia e a reflexão de que ser herói o tempo todo exige estar à altura das circunstâncias.

A edição faz menção várias vezes à minissérie do Violador e ao encontro com Batman. Tenho as duas e não pretendia reler nesse momento, mas como a edição #5 está atrasadíssima, vou incluí-las aqui na pilha.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

A SAGA DO BATMAN #7 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 317/2024

O momento da desforra chegou. Desrespeitando as determinações de Bruce Wayne, e a parceria com Robin, Jean-Paul Valley, o novo Batman, decide encarar Bane, em dois rounds sob os olhares atônitos da cidade, gerando apreensão entre aqueles que pensavam conhecer o Homem-Morcego. Nesse ponto, a programação da Ordem de São Dumas no inconsciente do rapaz emerge, e ele constrói uma nova armadura para apoiar seu estilo de “trabalho”.

Este é o clímax do arco A Queda do Morcego (Knightfall, no original) - publicado na edição 500 da revista Batman original - mas o gancho para a etapa seguinte (Knightquest) já está na mesa, com Bruce Wayne e Alfred partindo para Santa Prisca numa tentativa de resgatar Jack Drake (pai do Robin) e a Dra. Shondra Kinsolving. 

Como já comentei anteriormente, a impressão que eu tinha da primeira leitura é que esse tempo de "preparação" para Valley enfim enfrentar Bane era mais demorado, e agora me pareceu bem mais enxuto. Da mesma maneira, as duas frentes de Knightsend sempre me pareceram uma "barriga" de roteiro - e não muito inspirada. Quem sabe isso mude agora também.  

X-MEN #75 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 316/2024

Em destaque desde a capa, o grande marco dessa 75ª edição de X-Men (já?!) é a nova origem de Noturno, ou melhor dizendo, a grande revelação sobre sua paternidade. Considerando que a versão anterior vinha de um dos piores arcos de toda a jornada editorial mutante, todo e qualquer arrojo é bem-vindo.

Nos demais títulos que compõem a edição, ficamos conhecendo os “X-Men da Latveria”, e como Victor Von Doom poderá ser um fator relevante no enfrentamento com a Orchis. Falando em Orchis, usando a versão demoníaca da Rainha dos Duendes, a organização vai para o embate com a equipe sombria liderada por Madelyne Pryor, e o clímax gira em torno das duas versões da ruiva, e a chance de Madelyne cair, mais uma vez, no caminho da escuridão.

Mas os momentos de maior tensão estão nas duas histórias do título Immortal X-Men, onde a Madre Virtuosa faz sua investida definitiva, ameaçando os sobreviventes mutantes e a principal hospedeira da Força Fênix. Para piorar, Charles Xavier, ainda ligado ao Senhor Sinistro, descobre a verdade sobre as quatro versões do vilão, e a real dimensão dessa ameaça.

domingo, 15 de dezembro de 2024

MOÇA-GAVIÃO #1 (Panini, Setembro/2024)

 


LEITURA 315/2024

Embora se afaste bastante do clima narrativo das aventuras da Garota Gavião em sua última jornada solo – logo após os eventos da maxissérie 52 – essa nova aventura, produzida por Jadzia Axelrod e Amancay Nahuelpan (não os conhecia até hoje) consegue trazer à personagem características e ritmo bem próprios, com direito até a um elenco de apoio simpático.

Naturalmente rolam algumas rápidas participações especiais, para deixar claro que a heroína é parte importante do universo DC, mas o foco todo da trama é sua jornada pessoal, longe de ser genérica, e que mesmo sem esquecer toda a carga passada (e Kendra Saunders tem muita), pode ser atraente para leitores de primeira viagem.

sábado, 14 de dezembro de 2024

DOUTOR ESTRANHO #2 (Panini, Setembro/2024)

 


LEITURA 314/2024

Diferentemente da enrolação sem objetivo que vem apresentado no título dos Vingadores, aqui o autor Jed MacKay parece saber o que está fazendo, e se arrisca num retcon bastante interessante, uma guerra “secreta” de cinco milênios que causou uma ruptura na personalidade de Stephen Strange, o que fez com que a entidade Vishanti o dividisse entre o Doutor e o General. Como o primeiro vai derrotar o segunda, que tem milhares de anos de experiência e nenhuma piedade, é o grande chamariz desta edição.

A arte de Pascual Ferry é outro ponto de atenção, e seu estilo bastante distinto, aliada a ótima colorização, garante os visuais psicodélicos e surreais que as aventuras do Mago Supremo exigem.

MADRE PÂNICO #1 (Panini, Maio/2019)

 


LEITURA 313/2024

Encadernado com as 6 primeiras edições desse título da já finada linha Young Animal, criada pelo artista Gerard Way para a DC Comics, no final da década passada. Madre Pânico é (mais) uma figura fantasiada que atua em Gotham, e o que a diferencia um pouco de seus semelhantes é seu passado obscuro. Em sua identidade civil, uma celebridade pouco afável, com um histórico de problemas familiares e abusos, e nos dias atuais convivendo com a mãe extremamente vulnerável. Claro que sua primeira missão seria de vingança, e a arte do ótimo Tommy Lee Edwards (obrigado pelo toque, Matheus!) dá à personagem um estilo e uma narrativa próprias. Bem de leve, ela esbarra em figuras conhecidas da cidade, mas sem muita consequência além de uma evidente tensão sexual (e não é com o morcego que você está pensando).

Me interessou bem mais a trama que permeia as histórias curtas de cada edição, colecionadas ao final do volume. Em Radio Gotham, um locutor da madrugada, entusiasta do Homem-Morcego, é assassinado ao vivo, e dias depois substituído por um podcaster que adota a linha contrária, detonando o vigilante da cidade. A investigação do mistério é promissora, conduzida pela dupla criativa Jim Krueger e Phil Hester, e me animou a ir atrás do segundo volume mais do que as histórias da protagonista.  


WOLVERINE #22 (Panini, Setembro/2024)


 


LEITURA 312/2024

Tenho gostado bastante dessas histórias de “Wolverine Team-Up”, onde ele sempre conta com uma participação especial para resolver uma nova etapa contra a Orchis. Dessa vez ele vai a Wakanda e conta com a ajuda do Pantera Negra - agora um vigilante, como temos acompanhado em Avante Vingadores - para deter uma empreitada da organização anti-mutante.

Em seguida, em X-Force, o  aguardado e surpreendente confronto de Colossus com seu irmão Mikhail, que termina num belo “Fatality”. A série parece estar mesmo terminando, e a última ponta solta – o surtado Fera – deve ser foco das edições finais. A conferir.

Por fim, acompanhamos duas conclusões: o chatinho Reino de X, envolvendo um grupo de meninas mutantes, que contam com a ajuda de Thor para deter Saturnyne (sinceramente, Saturnyne é um dos conceitos mais chatos que já apareceram nos gibis mutantes; nunca vi uma história decente com ela, exceto alguns momentos no início de Excalibur, lá no fim dos anos 80); e o interessante Filhos da Câmara, onde Cable e Bishop - em modo totalmente suicida – estão dispostos a tudo para se livrar deles. Destaco a interação entre os dois velhos soldados, que já se estranharam muito anteriormente, mas aqui atuam muito bem em parceria, tendo um objetivo comum.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

LANTERNA VERDE #9 (Panini, Outubro/2024)

 


LEITURA 311/2024

Depois dos eventos emocionantes da última edição, Hal Jordan reencontra um velho conhecido e descobre a salvaguarda que os Guardiões do Universo haviam deixado na Terra para reerguer a tropa. A história faz referências ao evento Milênio, e abre as portas para o aguardado conflito no espaço contra a nova versão da Tropa dos Planetas Unidos. Gibi raiz, direto, leve e empolgante. Sigo fã!

Já em War Journal, estamos bem próximos do clímax. John Stewart e Shepard entram em conflito direto contra os Mortos Radiantes, e Stewart demonstra todo o nível de seu poder. O autor Philip Kennedy Johnson faz referências ao seu trabalho nos títulos do Superman, e o final promete ser grandioso.

VINGADORES: BEYONDER (Panini, Setembro/2024)



LEITURA 310/2024

Vingadores Beyonder é uma continuação direta da minissérie Vingadores Sem Limites, escrita pelo Derek Landy e a arte do Greg Land, que também saiu num encadernado meses atrás. Agora resolveram estragar, ou como dizem os mais jovens, nerfar o Beyonder, vilão onipotente e manipulador de realidades, apresentado nas primeiras Guerras Secretas, de 1984.

O propósito de tudo que aconteceu na minissérie anterior é desvelado: o Beyonder está sendo perseguido pelos seus criadores (o que por si já enfraquece o seu conceito, já que existem seres "beyond" o poder dele) e manipulou os Vingadores para protegê-lo. Mesmo em Guerra Secretas 2, que é notoriamente mais fraca, o Beyonder ainda trazia reflexões interessantes, querendo entender a humanidade, ganhando forma física, interagindo com pessoas normais, mas aqui, além de o retratarem como um vilão dos mais clichês, ainda desconsideram o arco do Quarteto Fantástico - publicado como Guerra Secretas 3 - onde a origem da criatura como um cubo cósmico tinha sido revelada (confesso que não me lembro se isso já tinha sido desconsiderado antes, mas fica a nota). Além do mais, a tal entidade perseguidora também não é lá essas coisas, pois ele acaba saindo na porrada com os Vingadores (uma vergonha). Cabe destacar também que a formação dos Vingadores é a da fase escrita pelo Jason Aron, e o Celestial que lhes serve como base é um ingrediente fundamental na conclusão da trama. 

Tudo bem fraco e bobo, mostrando o quanto o pessoal pouco criativo tem potencial para estragar ideias interessantes mais antigas. Se você não for um fanático pelo time, ou um completista incurável, pode ignorar a existência desta edição. 

ESQUADRÃO SUICIDA: BANIDOS (Panini, Julho/2023)

 


LEITURA 309/2024

Demorei para ler esse encadernado, que é o terceiro do Esquadrão Suicida pela Panini, escrito por John Ostrander e ilustrado por Luke McDonnell, mas nunca é tarde para destacar como é bom quando um texto de quase 40 anos consegue ser tão atual e fluido. São quase 300 páginas que você lê tranquilamente, sem se aborrecer, sem ficar chato, sem uma infinidade de subtramas que tiram o foco.

O volume começa com uma bela surra do Esquadrão no Jihad (e me pergunto se esses vilões poderiam existir nos quadrinhos atuais), mas o grande ponto de atenção é que, apesar de ser um gibi de equipe, com ótimas interações entre os membros, o grande protagonista é Amanda Waller. Diferente da versão atual mais severa e até meio vilanesca, aqui ela é retratada como uma mulher dura, mas humana. Há subtramas envolvendo a família dela, tornando a personagem ainda mais rica.

Dali em diante, o Esquadrão passa a conviver com a trágica possibilidade de ser exposto e, em consequência, extinto. E é ai que, em meio às tramas envolvendo motivos políticos e de enfretamento a terroristas, Waller tem uma grande sacada ao mostrar seu time em uma missão pública, visando melhorar essa imagem enquanto articula nos bastidores, como de costume.

Não dá para esquecer também a impagável pegadinha com o Capitão Bumerangue, que fazia jogo duplo com a identidade de Mestre dos Espelhos. A próxima edição já foi anunciada, e trará pela primeira vez no Brasil a história completa de Conspiração Janus, que saiu no hoje clássico Superalmanaque DC #2, de 1991, com uma história a menos. Altamente recomendado.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

A SAGA DO HOMEM-ARANHA #18 (Panini, Setembro/2024)

 


LEITURA 308/2024

Esta edição da Saga do Aranha foca majoritariamente no titulo Marvel Team-Up, com algumas histórias inéditas (como a da Tigresa, por exemplo), conduzidas por J.M. DeMatteis que sempre apresenta subtramas interessantes e envolventes.

Além da história com a Tigresa, há também uma história curta com o Hulk, derivado de uma tira do personagem; uma tocante história de Natal com o Vigia, que saiu lá atrás em  Grandes Heróis Marvel 2, de 1983; uma pareceria com o Capitão América, onde enfrentam Ratus, e partir daí DeMatteis retoma pontas de seu trabalho na revista do Capitão, já que o vilão é fruto das experiências de Zemo e Arnim Zola, e o flerte de do herói com a agente Runcinter da SHIELD. Na parceria com o Visão, o autor também retoma essas tramas passadas, mostrando o destino das entidades históricas construídas pelo Pensador Louco. Tempos de coesão editorial.

No título principal, Amazing Spider-Man, temos duas histórias envolvendo o Abutre e uma vingança pessoal que remonta às suas origens, e uma deixa para o retorno de Mary Jane à vida de Peter Parker. Hoje em dia, parece improvável que Mary Jane ficasse fora das histórias por quatro ou cinco anos, mas na época isso aconteceu, e quase todo o “elenco de apoio” mudou, como vimos acompanhando nessa Saga.

Sou particularmente fã dessa época do Aranha e gosto bastante da Marvel Team-Up, mesmo que essas histórias pareçam ingênuas hoje em dia. Acho interessantes essas tramas fechadas com participações especiais, quase como episódios de uma série de TV. JÁ na parte crítica, é lamentável que a Panini tenha ignorado o anual de 1982, onde estreia a Capitã Marvel, Monica Rambeau. Fica difícil entender ou explicar essa decisão deles, que vai totalmente contra a proposta do título.

CORINGA: O HOMEM QUE PAROU DE RIR #1 (Panini, Dezembro/2023)

 


LEITURA 307/2024

Antes de falar sobre esta edição, a primeira de duas de O Coringa, O Homem Que Parou de Rir, gostaria de destacar um ponto que me chama a atenção: como os vilões do Batman conseguem se manter independentes do Morcego. Esta já é a segunda série do Coringa em sequência, a anterior rolou entre 2021 e 2022, focada nele e no comissário Gordon, numa perseguição pelo mundo. Também há uma série regular da Hera Venenosa, muito boa, que venho comentando por aqui, além da Mulher-Gato de sempre, Arlequina, o Pinguim (nos quadrinhos e na TV), e até o Charada, que ganhou um especial preludio ao universo cinematográfico. É para se pensar, qual outra galeria de vilões teria esse potencial, e se, com a saturação de alguns conceitos, um viés vilanesco não se desenha como saída criativa para esse nicho do mercado.

Voltando para a edição, escrita por Matthew Rosenberg, que a princípio parece brincar com a ideia de que existem mais de um Coringa, embora num contexto diferente daquele proposto por Geoff Johns. O foco aqui é descobrir qual deles é o original e por quem deveríamos "torcer", com um deles com o perfil de chefe de gangue, frio, tornando suas ações públicas, enquanto o outro é um verdadeiro lunático, sobrevivente de atentados quase fatais, perambulando por Gotham com o Capuz Vermelho, Jason Todd, em seu encalço.

A impressão até o momento é boa, a trama muito bem amarrada, e até a arte, que não sou muito fã, acabou casando com todo o clima sombrio e de reviravoltas. A edição também traz histórias curtas, mas bem-humoradas e com estilo de desenho diferente, focando em um lado mais cômico e “animated” do Coringa, sempre se envolvendo com alguma heroína ou vilã, que naturalmente não correspondem a ele. Um contraponto divertido às histórias mais pesadas e violentas.

Ao final da próxima e última edição, digo o veredito a vocês.

JUSTICEIRO POR MIKE BARON E KLAUS JANSON (Panini, Março/2024)

 


LEITURA 306/2024

Edição capa dura vintage da Panini trazendo as sete primeiras histórias do título próprio Justiceiro, (não a minissérie), publicada em 1987 nos EUA. Escrita por Mike Barron e ilustrada por Klaus Janson, é a coisa mais próxima a um filme de ação dos anos 80, daqueles estrelados por Schwarzenegger e Stallone, que temos nos quadrinhos. O Justiceiro é retratado como um matador implacável de criminosos, enfrentando de ex-soldados e veteranos de guerra envolvidos em crimes para sobreviver, mafiosos, neonazistas no interior dos EUA, um pseudorreligioso corrupto, até terroristas muçulmanos. É uma dinâmica bastante interessante e crua, onde o objetivo é eliminar todos sem dó nem piedade.

Apesar de a edição ser ótima, prendendo a atenção e proporcionando uma leitura fluída mesmo tendo sido escrita há quase 40 anos, acredito que poderia ter sido lançada no formato saga. Em pouco mais de três anos e meio, teria sido possível lançar todo o material do Justiceiro até chegar à fase do “anjo” (que ninguém faz questão de rever). O Justiceiro ainda parece ter um público fiel, apesar das recentes polêmicas.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

MULHER-MARAVILHA & FLASH #6 (Panini, Setembro/2024)

 




LEITURA 305/2024

A pessoa que está acompanhando essa fase da Mulher-Maravilha pelo Tom King e Daniel Sampere e não a considera uma das melhores da personagem, está lendo errado. A sexta edição encerra o primeiro arco com muita ação, quando o grupo de vilãs reunido pelo Steel parte para cima da Amazona, depois de usar Steve Trevor como isca. Os visuais de Sampere são sensacionais, e mais uma vez a Mulher-Maravilha mostra por que é talvez a personagem mais poderosa do universo DC. Em meio à porradaria, um texto inteligente e relevante, quando normalmente veríamos apenas onomatopeias. Aguardo ansioso os próximos passos, já que essa primeira etapa de "Os Estados Unidos contra Diana" terminou.

Já sobre o Flash, no início, parecia que veríamos algo mais intimista, já que começa com Linda Park e logo depois aparece Barry Allen, que não vinha aparecendo frequentemente nessa fase. No entanto, o autor volta com seus conceitos metafísicos, e como não é Grant Morrison, acaba embolando demais a trama e tirando qualquer atenção. A narrativa do Deodato melhora um pouco nesta edição, conseguindo apresentar painéis mais ágeis para o Flash, mas sinceramente, espero que essa fase termine logo.